Desafios Econômicos e Alta da Selic
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 15% foi recebida com preocupação por diversas entidades empresariais de Minas Gerais. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e a Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) concordam que os juros elevados refletem desequilíbrios fiscais contínuos e afetam diretamente a produção, o consumo e os investimentos no Brasil.
O diagnóstico unificado dessas organizações aponta que, enquanto o governo não promover ajustes nos gastos públicos, o cenário econômico continuará restritivo. Flávio Roscoe, presidente da Fiemg, ressalta que a política fiscal atual impossibilita a redução da Selic. “Precisamos de uma robusta contenção de despesas. Essa situação se tornou insustentável”, destaca.
Impactos no Varejo e na Inadimplência
No setor varejista, a preocupação é palpável. A CDL/BH observa que a manutenção dos juros altos dificulta a reposição de estoques e a realização de novos investimentos, além de impactar operações cotidianas. O presidente Marcelo de Souza e Silva enfatiza que bens duráveis são os mais afetados, uma vez que o parcelamento se torna mais oneroso para os consumidores.
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Além disso, a elevada inadimplência das famílias continua a pressionar o fluxo de caixa das empresas. O comércio espera que a Selic comece a cair gradualmente até 2026, o que seria crucial para impulsionar o crescimento. “Reduzir o custo de capital é fundamental para que o varejo consiga prosperar”, conclui Souza e Silva.
Reflexão sobre a Política Monetária
Por sua vez, a ACMinas expressa preocupações sobre a eficácia da atual estratégia monetária. Cledorvino Belini, presidente da associação, argumenta que a manutenção dos juros em patamares elevados já não gera os resultados esperados no controle da inflação. Ele alerta que o ônus dessa estratégia recai sobre o setor produtivo, que enfrenta um cenário de crédito caro e investimentos represados.
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Fonte: alagoasinforma.com.br
Belini também clama por ações mais decisivas na área fiscal, afirmando que não se pode delegar ao Banco Central a responsabilidade de corrigir desajustes estruturais. “A ausência de controle nas despesas e a falta de reformas fazem com que os juros elevados se tornem uma muleta que não sustenta mais a economia”, finaliza.
Expectativas de Melhoria
Apesar das críticas, as entidades empresariais mantêm uma expectativa positiva quanto à possibilidade de melhorias, desde que haja uma ação coordenada entre o governo e o Banco Central. Para os empresários, um ambiente fiscal mais estável poderia facilitar a redução da Selic, melhorar a liberação de crédito e reativar investimentos. Entretanto, até que isso aconteça, os presidentes das entidades alertam que o Brasil permanece em estado de alerta diante dos efeitos adversos dos juros altos sobre o consumo e a produção.
